Mãe de primeira viagem

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Viagem de avião. Em todas as ocasiões que viajei, a trabalho ou a lazer, sentia certa insegurança – creio que comum – e imaginava o que aconteceria se eu morresse num acidente aéreo. Logo pensava: “seria muito triste deixar minha família, amigos e tal, mas eles superariam o trauma”. Hoje a ocasião me é diferente.

Precisei viajar a trabalho, dormiria uma noite fora. O que já era um sofrimento antecipado – e incontrolável – de passar, pela primeira vez, uma noite sem minha filha de 2 anos e 9 meses, virou uma tortura dentro do avião.

Na escala de 1 a 10 da neurose viagem de avião me encaixo na 6 – há variações (pra mais) dependendo se houve acidente aéreo recente no país. Acho que não sou tão exagerada. Alguns de vocês leitores – que chegaram até aqui – devem ser mais neuróticos do que eu, certo?

O fato é que minha neurose média foi elevada à máxima. Eu já não sou uma pessoa sozinha que não tem dependentes. Eu sou mãe. Não bastasse o choro de uma criança no banco de trás, o voo atrasou e permitiu que minha mente viajasse pelo pior. Uma lágrima caiu pelos meus olhos: “o que será da minha filha se acontecer algo comigo?” Tenho certeza de que muitas mães que me leem já passaram por algo parecido, é uma sensação bizarra.

Talvez isso tenha colaborado para que a viagem fosse boa; cheguei à conclusão de que a distância entre mãe e filha, quando necessária, é saudável. Tudo correu bem. A ocasião foi agradável e produtiva. A volta foi tranquila. O reencontro foi um estouro de felicidade.